1) Hipotonia Muscular
As crianças portadoras desta doença têm pouca força muscular, o que atrasará concerteza o seu desenvolvimento motor, no entanto estas crianças devem ser estimuladas e encorajadas com actividades físicas adequadas às diferentes idades, para que os seus músculos se comecem a afirmar. No entanto convém evitar a prática de desportos violentos principalmente se envolvem a região cervical, isto porque, estas crianças têm geralmente instabilidade entre a primeira vértebra e a segunda vértebra do pescoço devido à falta de força muscular
2) Cavidade Oral Pequena
A boca destas crianças é relativamente pequena, o que se reflecte na aquisição da fala. Isto acontece porque a boca pequena quando associada ao baixo tónus muscular, provoca o efeito de macroglossia (língua grande). Com isto eu quero dizer que a ideia que as crianças portadoras de Trissomia 21 têm uma língua enorme que sai para fora da boca não é de todo verdade. De facto há uma macroglossia, mas nem por isso se notaria tanto no aspecto físico da criança, se esta não tivesse uma cavidade oral muito pequena e sem grande força muscular.
3) Cabeça Pequena
Os portadores desta doença têm uma cabeça pequena e proeminente na zona da nuca.
4) Pescoço Curto e Largo
5) Mãos e Pés Pequenos e Quadrados
6) Baixa Estatura
Para além das características que atrás referi, é preciso salientar que estas crianças têm tendência para a obesidade, devendo desde logo ter uma alimentação equilibrada e cuidada.
A prevalência da obesidade é menor nas crianças que habitam com as famílias e que estão incluídas em programas de intervenção precoce.
Desenvolvimento Cognitivo
É já do conhecimento de todos que as crianças com Tissomia 21 apresentam

perturbações nas diversas áreas do seu desenvolvimento.
Após várias investigações feitas pelos mais variados estudiosos, chega-se cada vez mais à conclusão de que estas crianças apresentam atrasos consideráveis na maioria das áreas do seu desenvolvimento. As crianças com esta doença apresentam um défice cognitivo que varia consoante cada criança, mas de um modo geral é ligeiro ou moderado, embora raramente possam apresentar um défice cognitivo grave.
Nos três primeiros anos de vida o desenvolvimento social é o menos afectado, ficando a linguagem com o papel mais difícil de assumir.
De seguida vou referir e explicar os diversos domínios cognitivos para que se compreenda melhor de que forma o Síndrome de Down os afectou:
A) Memória
A memória não se desenvolve de forma adequada porque a criança com Trissomia 21 apresenta grandes dificuldades na retenção e processamento da informação verbal. Se a informação se apresentar com a forma visual e espacial a criança já consegue reter e processar. Isto acontece porque a criança com Trissomia 21 apresenta dificuldades na codificação de conceitos, só conseguindo reter e processar a informação que se apresenta de forma concreta, ou seja por imagens e não por forma oral. A simples compreensão de um texto, a realização de um cálculo mental ou até o simples recordar de um número de telefone, dependem também da memória.
B) Percepção
Embora ainda não se tenha feito muitos estudos nesta área, quando estas crianças são comparadas com crianças “ditas”normais, consegue-se ter a noção dos défices que elas apresentam. Neste domínio desenvolvimento cognitivo, os portadores desta doença apresentam um défice quando comparados com deficientes mentais, isto porque estas crianças têm uma percepção muito pouco desenvolta. As crianças com esta doença têm um tempo de reacção demasiado demorado, ou seja não reagem às situações logo que estas lhes são apresentadas.
C) Atenção
A criança com Trissomia 21 tem uma maior dificuldade em se concentrar durante médios e longos períodos de tempo. Todas as actividades dirigidas a estas crianças devem ser estimulantes e suficientes para lhes captar a atenção.
O facto de ser complicado para estas crianças estar muito tempo concentradas e com atenção a certas e determinadas coisas, vai-se repercutir entre outras coisas, na dificuldade da linguagem oral.
D) Linguagem
No que diz respeito à linguagem, e por ter considerado um aspecto muito importante no desenvolvimento da criança com Trissomia 21 explicarei no capítulo que se segue os conteúdos que considerei relevantes para a sua compreensão.
A Linguagem
As crianças com este Síndrome têm uma capacidade linguística fraca, devido à pequena cavidade bucal e ao próprio atraso provocado pela doença em questão. É então necessário criar mecanismos que fomentem e incentivem a aprendizagem da linguagem.
A) Sinalização Gestual
A utilização de gestos associada à intenção de comunicar é sem dúvida uma mais valia para a criança com Síndrome de Down. Desta forma sempre que não consigam expressar oralmente o que pretendem, fá-lo-ão com o apoio gestual. No entanto deve-se sempre continuar a incentivar a aprendizagem da linguagem, comunicando com estas crianças também com recurso à linguagem gestual, mas sem esquecer uma gesticulação labial lenta e perceptível.
Já existem programas com apoio gestual onde aprendem a falar com gestos como suporte.
B) O Ensino da Leitura
Embora possa parecer estranho, o ensino da leitura a crianças com Trissomia 21 ajuda a ultrapassar muitas dificuldades linguísticas, pois a escrita torna a linguagem visível. Com isto eu quero dizer que a linguagem passa a ter uma forma, um desenho, ou seja, torna-se mais perceptível e susceptível de ser aprendida. Tudo o que está escrito pode ser visualizado durante o tempo que a criança quiser, para que desta forma tenha tempo de processar a informação escrita e recordá-la posteriormente, enquanto que na linguagem oral isto não acontece.
A criança com esta doença tem geralmente uma memória auditiva a curto prazo pouco eficiente, não permitindo que a criança processe e retenha toda a informação que lhe é passada oralmente.
Por último há que salientar que a prática da leitura aperfeiçoa a articulação e a fonética.
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Nota: Não coloquei uma faixa negra nos olhos da
Joana Mocarzel, por não considerar necessário,
visto esta linda menina ser uma figura pública.