22 junho 2007

Teatro de Sombras

O Teatro de Sombras é uma técnica milenar Chinesa muito versátil, que despoleta em quem o vê pela primeira vez, sensações de deslumbramento e encantamento. Este género teatro de animação estendeu-se à Europa alguns anos mais tarde, deixando quem assiste muito curioso, face ao modo como ele está a ser realizado, sendo encarado por isso mesmo não só com um sorriso aberto, como também com um ar de curiosidade. Para além disto, esta técnica estimula a criatividade natural da criança, promovendo nesta o gosto pelo oposto entre a fantasia e a realidade. Este tipo de projecção de sombras é uma forma divertida de interligar a leitura de uma história à construção de personagens através do movimento das silhuetas e da própria dramatização (entoação), aplicada a história em si própria.
Nos dias de hoje o teatro de sombras é uma das manifestações artísticas mais populares em diversas regiões do continente asiático.
Material necessário para a realização do teatro de sombras:
uma fonte luminosa
uma tela (ou um lençol bem esticado)
silhuetas para serem projectadas

No entanto, existe também as sombras realizadas através da expressão corporal de quem está a interpretar o teatro.

Sombra de um cavalo

21 junho 2007

Ateliers Relacionados com Exposições

Estreou no Seixal duas exposições que quanto a mim são de uma extrema relevância. Uma das exposições a que me refiro intitula-se "Sinais do Tempo" de Bartolomeu Cid dos Santos e debruça-se sobre a temática da Pintura, Gravura e Instalação. A outra exposição que também já está a decorrer é da Paula Rego, na Colecção de Bartolomeu Cid dos Santos, onde impera a Pintura, Gravura e Desenho. Ambas as Exposições decorrem entre o dia 16 de Junho e 28 de Julho.

Mas quanto a mim, o mais interessante destas exposições foi o facto de ficar a saber que a Câmara do Seixal decidiu realizar umas Oficinas no âmbito destas exposições para crianças com mais de 3 anos. Penso que será uma iniciativa da qual se obterá resultados muito positivos. É de facto importante que as crianças saibam o que é uma exposição, e que fiquem a conhecer o trabalho de alguns artistas plásticos. Se estas oficinas forem bem dinamizadas, poderão despoletar novos interesses e aprendizagens de um extremo valor nas crianças que nelas participem. Assim, no âmbito da Exposição de Bartolomeu Cid dos Santos haverá no dia 26 de Junho (3.ª feira) uma oficina intitulada "Imagem Mágica/Surpresa". A oficina relacionada com a exposição Paula Rego, na colecção de Bartolomeu Cid dos Santos, relaciona-se com a "Construção de Objectos Musicais com Material Reutilizável e Elementos Naturais", no próximo dia 23 de Junho.

Quadro de Paula Rego - "Mulher Cão"

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Exposição "Sinais do Tempo" de Bartolomeu Cid dos Santos / Oficina Temática

Data: de 16 de Junho a 28 de Julho

Local: Antigos Refeitórios da Mundet - Seixal

Oficina no âmbito da exposição

Horário: 10.00h às 12.30h

Limite máximo: 20 crianças

Tel: 21 097 61 05

Exposição Paula Rego, na Colecção de Bartolomeu Cid dos Santos/Oficina Temática

Data: 16 de Junho a 28 de Julho

Local: Galeria de Exposições Augusto Cabrita - Fórum Cultural do Seixal

Oficina no âmbito da exposição

Horário: 16.00h às 18.00h

Limite máximo: 15 crianças

Tel: 21 097 61 05

20 junho 2007

High/Scope

A abordagem High/Scope foi inicialmente criada para servir as crianças “em risco” de bairros pobres em Ypsilanti, Michigan. Este projecto foi iniciado por David P. Weinkart para dar resposta ao insucesso persistente de alunos do ensino secundário provenientes do bairro que atrás referi. No entanto com o passar dos anos concluiu-se que o insucesso escolar destes jovens no ensino secundário se relacionava directamente com a inadequada preparação escolar que eles haviam tido ao longo do ensino primário. Desta forma começou a pensar-se que o mais adequado seria aplicar o projecto High/Scope Perry Preschool Project ( como foi inicialmente conhecido ) desde logo a partir dos 3, 4 anos.

Princípios Curriculares Orientadores dos Profissionais na abordagem High/Scope

Aprendizagem pela Acção
O projecto pré escolar High/Scope tem como “lei” a aprendizagem activa da criança, ou seja, acredita que as vivências directas e imediatas que as crianças vivem no seu dia a dia, são muito importantes se essa criança retirar delas algum significado através da reflexão.
Interacção Adulto – Criança
Esta aprendizagem activa que o Currículo High/Scope tanto fala, depende inequivocamente da interacção positiva entre os adultos e as crianças. Os adultos deverão apoiar as conversas e brincadeiras das crianças, deverão ouvi-las com atenção e fazer os seus comentários e observações que considere pertinentes. Desta forma a criança sentir-se-á confiante e com liberdade para manifestar os seus pensamentos e sentimentos.
Contexto de Aprendizagem
O Currículo High/Scope dá uma grande importância ao planeamento da estrutura da pré escola e à selecção dos materiais adequados. As crianças integradas num contexto de aprendizagem activa, têm a oportunidade de realizar escolhas e tomar as suas próprias decisões. Deste modo, os adultos dividem o espaço de brincadeira em áreas de interesse específicos ( área da carpintaria; área das actividades artísticas aonde podem pintar, desenhar, fazer colagens, etc. ; área da dramatização, entre outras ). Estas diferentes áreas contêm materiais facilmente acessíveis que as crianças podem escolher para depois usarem conforme o que tinham planeado, para levar a cabo as suas brincadeiras e jogos. Quando a criança termina a tarefa que realizou, arruma devidamente no lugar os materiais que utilizou. Para que isto aconteça é necessário que todos os materiais se encontrem em prateleiras baixas, dentro de caixas transparentes aonde esteja colado uma etiqueta com o símbolo do que a caixa contém.

Rotina Diária
Todos os dias, os adultos fazem um plano de uma rotina que apoiará a aprendizagem activa da cada criança. Os adultos ficam a saber o que as crianças pretendem fazer ( processo planear – fazer – rever ) questionando-os. As crianças põem depois em prática aquilo que planearam, e cabe ao adulto depois incentiva-las a rever as suas experiências. Isto não significa que elas tenham que contar de forma oral todos os passos que deram dentro da área aonde estiveram a fazer o que havia sido planeado. A criança pode fazer uma revisão da sua experiência e do que acha que aprendeu, através de um simples desenho. Por outro lado, além dos planos individuais, podem criar-se pequenos grupos numa sala, devendo o educador encorajar as crianças a explorar e a experimentar novos materiais. Quando se trabalha em grandes grupos pode optar-se por actividades de música e de movimento e de jogo cooperativo ( incentivando a coesão de grupo ).

Avaliação
Avaliar segundo a abordagem pré escolar High/Scope implica um conjunto de tarefas. Os professores deverão fazer um registo diário de notas ilustrativas, baseando-se naquilo que vêem e ouvem quando observam as crianças. Avaliar significa então trabalhar em equipa para construir e apoiar o trabalho nos interesses e competências de cada criança. Estes 5 princípios básicos formam o enquadramento da abordagem educativa High/Scope. De seguida é possivel ver o Diagrama intitulado “ Roda da aprendizagem” que inclui estes 5 princípios e que serve de orientação aos profissionais envolvidos na abordagem High/Scope.

19 junho 2007

Expressão Dramática

"Cada aula deve ser uma festa, um momento de alegria, desfrutando-se nela o prazer de cantar, ouvir, fazer música, representar...A criança é rica em música e em expressão dramática! Deve dar-se-lhe oportunidade para que ela extravase, mostre as suas potencialidades através do som, do gesto, ou, talvez melhor, fundindo os dois. (...). Qualquer actividade desenvolvida no espaço aula deve ser participada por todos os alunos da sala, evitando ao máximo comportamentos passivos ou desinteressados. O(a) professor(a)/educador(a) deve ser suficientemente estratega para colocar toda a turma em actividade!"

José Menezes, Rogério Duarte e Fernando Coutinho
in "As Minhas Expressões", pág. 8
" A expressão dramática é um dos meios mais valiosos e completos de educação. A amplitude da sua acção, abrangendo quase todos os aspectos importantes do desenvolvimento da criança e a grande diversificação de formas que pode tomar, podendo ser regulada conforme os objectivos, as idades e os meios de que se dispõe, tornam-na por excelência a principal forma de actividade educativa. (...). O objectivo principal desta forma de educação é a expressão, ou seja, o estimular da criança para que expresse livremente todos os seus sentimentos, desejos e tensões interiores."
Alberto B. Sousa in " Educação pela Arte e Artes na Educação",
2º vol., pág. 33

18 junho 2007

Pintar com as Mãos e com os Pés

Como estamos quase a chegar ao fim do ano lectivo, aqui fica uma ideia (que aprendi na Universidade) para fazer com os mais novos, especialmente com a idade de creche. Este trabalho pode servir como capa de trabalho, como cartão para acompanhar a capa com os trabalhos finais das crianças, ou simplesmente como mais um trabalho para juntar aos já existentes. Se os papás quiserem também a poderão realizar em casa! É fácil de fazer e fará um quadro belíssimo para o quarto dos mais novos.
Quadras:
De pé e mão
Fiz esta composição
Com tintas e papel
E ainda um cordel
A mão lavei
Na tinta esfreguei
Decalquei no papel
Tudo isto sem pincel
O sapato desatei
A meia descalcei
O pé esborratei
E nem me sujei

17 junho 2007

Uma Boneca de Trapos

Era uma vez uma boneca de trapos. Feita pelas mãos pequenas de uma menina.
Feita de trapos azuis, vermelhos, verdes, amarelos, rosas, violetas, cor-de-laranja...
Feita de trapos, de espanto à maneira que nascia.
E de flores. Eram flores aquelas cores do arco-íris.
E dois olhos bordados a retrós, com duas contas negras de vidro a servirem de meninas. As meninas negras dos olhos.
Dois olhos sempre abertos que nunca adormeciam. Sempre à espera de ver nascer o Sol.
E a Menina, que fizera a boneca por suas mãos, embalava-a.
Para a adormecer.
E sabia que aqueles olhos negros não se fechariam nunca, nunca.
Como se fecham os olhos das bonecas ricas que têm pálpebras delicadas e pestanas de seda. Subindo e baixando.
E a menina cantava para a adormecer. Com uma voz fininha feita de luz e ternura.
E a boneca - porque era de trapo - aconchegava-se nos braços pequenos da Menina.
E dormia de olhos abertos. Dormia a ver o Sol.
Toda ela espanto e flores. As meninas negras dos olhos-contas a brilhar.
E a Menina que fizera a boneca, que a cosera de muitos trapos - com agulhas de Chuva, dedais de Sol, linhas de Lua - , dizia, parando de cantar:
- Ela adormeceu...
E ficava muito quietinha, também, a olhar o Sol. Com a boneca aconchegada ao peito. Ambas de olhos abertos.

Matilde Rosa Araújo in "O Sol e o Menino dos Pés Frios" (Contos)