O Natal representa acima de tudo a comemoração do nascimento do menino Jesus, mesmo para quem é de outra religião ou até ateu. Mesmo que o Natal não tenha contornos religiosos, todos sabem o que está subjacente a esta época festiva.
Os dias que antecedem a esta festa tão bonita, são sempre de grande confraternização e de reunião de meios económicos para ajudar os mais pobres e oprimidos. O mais triste desta quadra é o facto das pessoas só se lembrarem dos outros por esta altura. Problemas existem ao longo de todo o ano, e não apenas no mês de Dezembro.
Outra das características desta quadra, é o elevado consumo que se dá em todas as zonas comerciais. Cada vez mais as pessoas vivem de aparências e de compras exacerbadas, que na maioria dos casos ultrapassam o orçamento que cada família deveria gastar.
No entanto é preciso salientar que no mundo das crianças o Natal tem particular relevo e importância. Todos os meninos esperam ansiosamente pela noite em que recebem as prendinhas de Natal. Nas famílias mais tradicionalistas, é o “Pai Natal” quem as entrega
São Nicolau
São Nicolau foi um bondoso bispo de Mira, que nasceu em 301 D.C., no Sudoeste da Ásia Menor, onde hoje se situa a Turquia. A sua fama espalhou-se pelo mundo inteiro, no entanto é a Holanda o país que mais o festeja, pois há quem diga que foram os Holandeses que trouxeram as primeiras notícias deste bom homem para o norte da Europa.
Nos Estados Unidos da América, o seu nome foi abreviado para Santa Claus (Santos Nicholaus).
Sem dúvida alguma que a bondade de S. Nicolau se tornou lendária, pois este tinha por hábito visitar as aldeias por onde ia passando, deixando brinquedos às crianças. Para além disto este bispo matou a fome a muita gente.
Filho de Epifânio e Joana, o seu nome não foi escolhido ao acaso, pois “Nicolau” foi o nome que lhe deram por significar “pessoa virtuosa”. Os seus pais eram Cristãos, e acreditavam que o nome teria influência na personalidade do seu filho, por isso lhe deram o nome que representava o virtuoso, pessoa que só faria bem ao mundo.
Os pais de Nicolau eram bastante abastados, não tendo quaisquer necessidades económicas.
A lenda de S. Nicolau está envolta em algumas simbologias, sendo uma das mais importantes, a lenda das bolas de ouro. Esta lenda conta que Nicolau ainda jovem, decidiu dar três sacos de ouro a três filhas de um velho pobre, para evitar que estas fossem para a prostituição. Ele ofereceu então os três sacos em três alturas diferentes: sempre que as raparigas atingiam a idade de casar, Nicolau colocava o saco de ouro dentro da casa delas através da chaminé.
Os pais de Nicolau morreram, ainda este não era adulto. Então Nicolau decidiu, por conselho de um tio, visitar a Terra Santa. Rumou à Palestina e depois ao Egipto, no entanto nem tudo correu bem nesta viagem. Ao longo do percurso ocorreu uma enorme tempestade, que poderia ter levado à morte de muitas pessoas, no entanto tudo acalmou quando Nicolau começou a rezar. Daí em diante Nicolau ficou conhecido por salvar marinheiros e pescadores vítimas de tempestade.
Após o regresso da viagem, Nicolau decidiu doar toda a sua fortuna aos pobres, passando ele a viver na pobreza. Nicolau começou então a dedicar a sua vida cada vez mais a Deus, e a toda a igreja Católica. Foi então que se tornou bispo de Mira, que embora não fosse a sua aldeia Natal, era a aldeia aonde Nicolau tinha decidido viver no mundo da pobreza. Já depois de ter sido indicado bispo, S. Nicolau continuou a distribuir presentes pelas crianças, levando esta sua devoção aos mais novos, à abertura de um orfanato.
São Nicolau faleceu a 6 de Dezembro de 342, passando este dia durante muito tempo a ser festejado por todo o mundo. Todas as pessoas o passaram a associar à doação de presentes, o que levou a que a entrega de presentes anual fosse comemorada no dia 6 de Dezembro. No entanto, esta tradição dilui-se com a ideia do menino Jesus e sua respectiva entrega de presentes a dia 25 de Dezembro. O Papa Paulo VI, devido à pouca documentação relativa ao São Nicolau ordenou que a festa alusiva a ele, fosse retirada do calendário oficial Católico Romano.
Embora nos dias de hoje não festeje o dia de S. Nicolau, a verdade é que o “Pai Natal” representa a versão moderna deste homem que tão bem fez em seu redor. O pai Natal mais não é do que uma figura que entrega prendas a todas as crianças do mundo, não fosse ele uma recriação de São Nicolau.
Pai Natal
A figura de São Nicolau foi usada para representar o Pai Natal dos nossos dias. Este “boneco” é associado à ideia de um homem de idade avançada, com barbas grandes e brancas, muito barrigudo, de faces rosadas e sempre vestido com uma fato vermelho e branco. Este simpático senhor, tal como S. Nicolau, distribui por todas as crianças do mundo os mais variados brinquedos, sem olhar a etnias e a questões económico-sociais. É sem dúvida encarado como sendo imparcial e justo. No fundo a única condição que impõe aos meninos para que estes recebam prendinhas, é o bom comportamento ao longo de todo o ano, ou pelo menos é esta a versão que a maioria dos papás conta aos filhotes.
O Pai Natal está espalhado por todo o mundo, assumindo vários nomes, dependendo do país e até da cultura em questão. Esta personagem que encanta crianças de todo o planeta, é sempre encarada como um homem bem disposto, generoso e bonacheirão.
Actualmente ninguém sabe ao certo aonde é que mora o Pai Natal, mas a maioria das versões aponta para a Lapónia, na Finlândia. Mas há também quem aponte o Pólo Norte como sendo a verdadeira morada deste velhinho de barbas brancas.
A maioria das crianças tentam de alguma forma entregar uma carta ao Pai Natal, onde expressam os seus desejos face às prendas que querem receber.
Alguns meninos entregam a cartinha dos pedidos natalícios a um Pai Natal que encontram na rua; outras pedem às mães para enviarem por correio, e outras ainda dizem que irão enviar o pedido de presentes por e-mail. O mais engraçado é que o Pai Natal adivinha quase sempre o que os meninos querem, mesmo que estes não lhe transmitam o que desejam receber. Numa última hipótese os meninos deixam a cartinha junto à chaminé da sua casa, para que o “velhinh
o” a leia.
O mais curioso, é que o Pai Natal está envolto num mundo de magia, ou seja as suas renas voam mesmo sem terem asas, e os seus duendes são sem dúvida os seus grandes ajudantes.
Reunidas estas condições, o Pai Natal sabe onde mora cada criança, sabendo então o comportamento que esta teve ao longo do ano. No entanto, este velhinho bonacheirão tem de usar a sua magia para numa única noite conseguir distribuir os brinquedos desejados, por todas as chaminés deste mundo.
Para além das renas voarem, também o seu trenó é mágico, deixando as crianças maravilhadas e concentradas no mundo da fantasia.